domingo, 20 de dezembro de 2009

~QUO VADIS LUSITÃNIA II

Desde a ultima vez que estive convosco algo mudou; sabemos que não somos os ultimos da Comunidade Europeia,a Grécia antecipou-se, isto é, deu um passo em frente para o precipicio antes de nós. Apesar de mau em si, para Portugal acaba por servird
sonda; se não arrepiarmos caminho não haverá alternativa.
Felismente que na sequência da situção grega muitas vozes se teem houvido falar do nosso regabofe nos jornais, televisão e conversas de rua, sou de opinião que se deve publicitar o máximo possível tentando que as pessoas acordem e que será tanto pior quanto mais tarde acordarem pois ninguem vai substituir-nos na insensatez que é a vida neste país.
Os que ganham muito continuam a ganhar cada vez mais seja qual for a qualidade do seu desempenho e não se houve ninguem protestar contra isso, porem em contraponto temos a discussão do sálário minimo como se 475 euros fosse salário para quem precisa sustentar uma família.
Porque será que ninguem fala em retirar regalias e vencimento a quem mais recebe?
Na Irlanda que atravessa uma situação semelhante à nossa, o primeiro-ministro reduziu voluntàriamente o seu vencimento em 20%, na sequencia deste gesto a sociedade
dispõs-se a reduzir as suas regalias e nós por que esperamos?
No regabofe dos subornos é melhor nem falar, já viram que mais uma vez não há culpados, são sempre todos inocentes!
Sobre a seriedade e eficiência da sociedade apenas cito 3 exemplos reais que ocor-
reram como autor deste texto nos últimos 2 meses:
1- A minha empresa tinha um depósito a prazo na CGD para que contratou um juro de 5.05%. Após acertada a taxa combinou-se verbalmente um prazo de 6 meses de validade,
òbviamente renovável.
Assim foi cumprido tendo recebido o respectivo valor no fim do prazo. Não houve qualquer contacto sobre este depósito durante mais de um ano.
Quando este depósito se venceu de novo, o valor que a CGD pagou era de cerca de 20% do que havia recebido a 1ª vez. Pensando que era engano telefonei para a CGD e disseram-me que era assim; segundo a teoria deles, que diziam constar da promissória
que recebi, quando um depósito se vence passa a ter a taxa em vigor.
Acontece que nem a CGD informou alguma vez desta situação nem a promissória diz isso, talvez pretendesse dizer mas a redaccão diz o contrário.
Apresentada reclamação no balcão enviei tambem uma cópia com argumentação ao Banco de Portugal; entretanto recebi uma "justificação" da CGD a dizer que era mesmo assim
não respondi e passados cerca de 15 dias recebi carta do BP a dizer que a CGD já havia contactado e o assunto estava resolvido; evidentemente que respondi na volta do correio a informar que nem sequer tinha havido dialogo.
Soube posteriormente que é prática dos bancos actuarem assim e o BP que ainda não respondeu está entre a espada e a parede pois por um lado demonstrei cabalmente que
não foi séria a actuação da CGD e por outro entra em choque com procedimentos anteri
Aguardo pela evolução.
2-Tinha uma garantia bancaria para garantir o fornecimento de combustível através do cartão galp às viaturas da empresa.
Com a crise apareceram diversos preços e anulei a garantia em Maio/09; não aceitaram a anulação no banco porque alegaram que tinha de ser pedido com 30 dias de antecedência e entretanto anulei no trimestre seguinte, o mesmo pedido tinha sido si-multãneamente feito à Galp que comunicou a anulação.
Surpreendentemente no trimestre seguinte o banco voltou a debitar-me as despesas da garantia, evidentemente que reclamei, dei-lhes um prazo para anularem o débito.
Informou o banco que para anular a garantia precisava do original da mesma ou uma declaração da Galp a comunicar a anulação, o que não tinham feito,
Quando contactei a Galp sobre o assunto disse-me que enviasse uma exposição; evidentemente que não enviei qualquer exposição e informei que se não resolvessem o assunto ràpidamente iria reclamar para entidade superior.
Poucos dias depois recebi a garantia anulada, o banco creditou o valor indevidamente debitado e vai tambem creditar o anterior.
3-A minha empresa sempre fez questão de pagar atempadamente todos os impostos alem do resto. Em Outubro fomos surpreendidos ao pedir uma certidão da Segurança Social com 4 valores não pagos dos quais os primeiros dois de 1998 e os outros dois de 2002
tinham já levantado processos executivos desses valores e nunca nos tinha sido pedido nada.
Pedimos a relação das dívidas e verificámos que estava tudo pago; ao pretender apresentar as provas na Segurança Social recusaram-se a recebe-las e disseram-nos para enviarmos por fax ou correio.
Claro que enviamos com conhecimento ao Secretário de Estado da Segurança Social e à Provedoria de Justiça.

Apresentei estes casos para demonstrar onde chega a irresponsabilidade, desleixo perda de tempo e incómodos gerados por quem não quer ou é mesmo incapaz. Assim é fácil compreender porque é que a rentabilidade em Portugal é 29% inferior à media europeia. Que pensaria um empresário estrangeiro que tivesse investido em Portugal
e que tivesse sido objecto deste tratamento?

1 comentário:

  1. Bom post, com casos concretos que atestam o imbróglio que é a nossa administração pública. Nuns casos simples burocracia, mas noutros autêntica má-fé, como são os casos dos bancos. Jogam repticiamente a ver se pega e na maior parte dos casos pega mesmo. Por isso apresentam lucros fabulosos, sujeitos a taxas de imposto muito mais baixas do que as do cidadão comum. Uma roubalheira!
    As medidas tomadas na Irlanda esperava eu que tivessem sido tomadas aqui em 2005,quando surgiu aquela maioria absoluta, mas o Sócrates e o PS estão demasiado comprometidos e empurcalhados para propôr medidas tão radicais, embora necessárias e, provavelmente, mesmo indispensáveis.
    Pode ser que tenham de ser outros a incrementá-las, em circunstâncias ainda mais precárias.

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